quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Adoro o horário político

Hoje fui fazer o Controlar do Kassab no carro. Como hoje foi o último programa eleitoral obrigatório nas rádios, resolvi escutar. Dei risadas, fiquei puto, indignado e fiz algumas caretas enquanto dirigia ou esperava a minha vez. 

Todos os candidatos que ouvi disseram que vão levar milhões de empregos aos trabalhadores que moram afastados dos grandes centros. Vão melhorar transporte, educação, saúde, segurança, dar mais empregos, vão cuidar dos idosos, ônibus de graça para estudantes, aerotrem, saneamento, moradia digna, melhorar ruas, avenidas, 26 novas estações de metrô, mais ciclovias. É uma maravilha, fico até emocionado de escrever sobre isso. 

Foram trinta minutos de programa. Nem mesmo o meu candidato me convenceu, quem dirá os outros. Ouvir certas coisas logo pela manhã deveria ser proibido. Ainda mais quando os candidatos falam com aquela voz de bonzinho, deixando a voz mais rouca, falando em tons baixos pra mostrar às pessoas como eles são confiáveis e dóceis. Melhor parar de escrever sobre isso, porque a emoção toma conta de mim outra vez.

Terminado o programa, finalmente, entra a vinheta da rádio, uma de música popular brasileira. Aí começa a tocar uma música do Seu Jorge, que fala que uma amiga da mulher dele fica dando em cima dele. É, pois é. Mas uma parte da letra diz o seguinte: se fosse mulher feia tava tudo certo, mas mulher bonita mexe com o meu coração. 

Saudade do programa eleitoral obrigatório. 

  

terça-feira, 2 de outubro de 2012

Onde vamos parar?

Na aula de Orientação para o TCC da pós-graduação, o professor diz que não quer erros de português no trabalho, mas na apresentação que ele passou para todos os alunos existem erros  de português. 

No carro da minha frente tem um adesivo "Guiado por Deus", mas o motorista acaba de tomar sua cerveja e joga a lata na rua, com o carro em movimento. 

No outro carro, bem perto de mim, outro adesivo "Propriedade do Senhor", mas o motorista buzina e fica irritado com o carro da frente que parou para um pedestre atravessar. 

Na semana em que morreu Eric Hobsbawn, marxista e um dos grandes historiadores do século XX, morreu a Hebe, apresentadora. Foi a morte mais comentada dos últimos tempos, até morta ela deu muita audiência.

Na mesma página de um site da internet, lê-se bem grande que Justin Bieber vomitou no palco e, logo abaixo, em letras menores, lê-se algo sobre as eleições. 

No mesmo programa de TV que tem um nome fantástico, um ex-jogador aparece quase sem roupa para mostrar que precisa entrar em forma e também aparecem notícias sobre o Mensalão, com os ministros completamente vestidos.

Uma pessoa que firmou compromisso um dia antes, um dia depois desconversa tudo e age como se nada tivesse acontecido. 

A professora do meu filho pede que ele seja mais aplicado, mas ela mesma não sabe bem o que significa esse termo na própria vida.

Os livros mais vendidos no Brasil são sobre sexo e um padre anticristo que ganha milhões de reais. 

Por falar em anticristo, a cerimônia de casamento de uma amiga minha ia muito bem, até que o padre resolveu trazer dados estatísticos sobre a quantidade (baixa) de casamentos que estão acontecendo. Ele se orgulha de ter saído na Folha e na Vejinha como "o" padre casamenteiro.

Os candidatos à prefeitura da minha cidade, minha querida São Paulo, ainda são José Serra, Levy Fidelix e Paulo Maluf. Além de outros tantos que tentam se eleger. 

Senhor, nesse mundo tão perdido e tão ateu, ajude-me a superar esses obstáculos. Fazei de mim mais iluminado e mais sábio, dai-me forças pra continuar a encarar a difícil vida que o Senhor nos reservou. 

Amém.