terça-feira, 7 de maio de 2013

FBN - nova gestão





A Fundação Biblioteca Nacional (FBN) tem um novo presidente. Renato Lessa assumiu o cargo, antes ocupado por Galeno Amorim. A experiência de Renato Lessa como gestor é questionável e administrar o oitavo maior acervo do mundo não será fácil. Além disso, não é inteligente da parte dele querer comprar briga com o mercado editorial. O importante é estreitar laços e fazer parcerias, para assim trazer recursos para dentro da FBN. Só para se ter uma ideia, o mercado editorial brasileiro publica por volta de 5.000 títulos novos todos os meses. Cada ISBN novo, emitido exclusivamente pela FBN, custa para as editoras R$ 12,00. Só por essa conta são R$ 60.000,00, por mês. Sem falar na inserção de um novo selo, correção de ISBN etc. Sendo assim, é mais interessante se aproximar das editoras a criticar.


Em uma reportagem à Folha de S.Paulo, Lessa disse que encontrou uma mistura dos mundos de Borges (uma grande biblioteca) e de Kafka (burocrático). É uma constatação literária, acadêmica. A FBN precisa de ação, não de academicismo. Quando Galeno Amorim assumiu, sua intenção era popularizar a FBN, levando o nome da fundação para o Brasil e para o mundo. Foi muito criticado, porque dizem que não olhou para o básico: goteiras, problemas com ar-condicionado etc. Realmente precisam ser resolvidos, mas problemas existem em muitas empresas e os funcionários não param de trabalhar por conta deles. Quem precisa da FBN, como é o meu caso como editor, sabe a dificuldade em conseguir informações simples. 

Enfim, já presenciei situações parecidas com essa que aconteceu com o Galeno Amorim. Quando existe alguém com postura profissional, disposto a fazer as coisas acontecerem, disposto a popularizar um espaço público, por mais controverso que possa parecer, disposto a dar uma "cara" profissional à empresa (seja ela pública ou privada), as pessoas acomodadas sentem-se prejudicadas e começam a boicotar a gestão. 
 
Afirmo: administrar não é para um cientista social. Está mais do que na hora de os órgãos públicos mudarem o "estilo" de trabalhar e aceitarem que o mundo mudou. O acesso à informação mudou, a velocidade mudou e as relações mudaram. As pessoas precisam de uma FBN mais ágil e democrática, mais popular e com mais atuação no cenário literário e editorial brasileiro. Fica aqui meu pedido para que o novo presidente leve a FBN às pessoas e faça valer o status de fundação.

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